segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Achado não é procurado... ou vice-versa

Procurar e achar...
Duas expressões distintas, porém interligadas de alguma maneira.
Você pode achar, ou não. Pode se importar ou não. Tanto faz. Quem procura nem sempre acha, quem acha nem sempre está procurando. Procuar por alguma coisa nem sempre quer dizer que você precisa dessa coisa de fato.
Um belo dia você pode estar andando pela rua e achar algo pelo qual procurou a vida inteira, e perceber que não era de fato o que queria. E vai pensar "poxa, como perdi tempo achando que queria uma coisa, e na verdade queria outra". Quem sabe, no fundo você não queria nada, afinal?
Ou você pode passar a vida inteira e não achar o que procurava incansavelmente. Daí vai pensar "eu nem queria isso mesmo!". A grande verdade, é que todos nós procuramos algo na vida, todos nós precisamos de algo e não sabemos o que.
Podemos estar  a um passo de conseguir o que achávamos que queríamos, e de repente nos dar conta que não queríamos nada.
Muitas vezes nós de fato não queremos nada além de uma motivação, que se apresenta de formas diferentes para cada um de nós.
Procurar não quer dizer ter sucesso, tampouco achar quer. Ás vezes você acha que procura algo, mas na verdade procura o que achar. Faz sentido? Não sei bem... pra mim de vez em quando faz todo o sentido.
Passamos a vida inteira buscando alguma coisa, isso é inerente ao ser humano. Nós dependemos desses impulsos para nos mover no mundo. Muitos controlam bem esses anseios, outros não. Cabe a nós mesmos, decidir o que procurar, quando achar...
Achar e não perceber que achou também faz parte. Faz parte procurar sem saber o que, isso faz muita parte, na verdade! Vivemos num mundo globalizado, onde tudo é imediatamnete descartável. Mentiras são permitidas em todos os lugares. Tudo é negociável, tudo permite uma permutação, independente do gênero. Valores são reestabelecidos, e a procura cada vez é mais incisiva e incoerente. Buscamos algo que não sabemos o que, nem por que. Mas no fim, tanto faz. Sempre tanto faz, pois sempre buscaremos outras coisas depois.
É inevitável vivermos nesse meio, porém não precisamos ser escravos das informações deturpadas, e das procuras incessantes e descabidas. Podemos usar nosso senso crítico, somado ao nosso lado humano-sentimental, para sabermos melhor o que procuramos e quando o achamos. Fugir do que é imposto indiretamente sobre nós, cabe somente a nós mesmos.
E você, já sabe se achou o que procurava?
Bem... pelo menos aceite que sempre vai procurar por alguma coisa.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O que é o amor?

Boa pergunta...
Eu não sei o que é o amor, exatamente. Mas acho que eu sei o que é amar.
Você sabe que ama alguém, quando o sorriso que aquela pessoa te dá, vale por todos os outros sorrisos que você já recebeu. Quando você ama alguém, você sente que tudo está completo, mesmo sentindo um tremendo vazio quando não está com quem se ama.
O calor dos dias de sol fica menos intenso, pra passear de mãos dadas na praia.
O frio dos dias chuvosos fica mais forte, para que o colo de quem se ama te aqueça mais e mais.
O simples toque da pessoa que você ama, já te deixa diferente. É uma sensação única. Você olha pra pessoa, e sabe que é ela. Que não importa o que faça, onde vá, ou até que nunca mais a veja, se você ama alguém, esse alguém sempre vai estar dentro de você, guardado de alguma forma.
Quando você faz essa pessoa feliz, nada mais te importa no mundo. Você se doa de coração e mente, e a única coisa que espera em troca é a felicidade de quem você ama.
Seja amor de mãe, de pai, de filho, de tios, avós, primos, amigos, casais...
O amor é uno e indivisível... se for real, sincero, será eterno, porque pra ser eterno só precisa acontecer uma vez... Quando você ama alguém, você descreve com perfeição a cor dos olhos da pessoa. Se te perguntam, você pode até responder: "castanhos", mas quando você de fato lembra daqueles olhos te olhando, você os descreve, nem que seja pra você mesmo no seu íntimo. Você sabe a cor deles no sol, de noite, porque na realidade, o que uma pessoa que ama de verdade mais valoriza e se preocupa em olhar na outra, é dentro dos próprios olhos.
Quando você ouve a voz de quem você ama, mesmo que seja dizendo alguma coisa não tão agradável, você sente alegria só de estar vivo. O amor é uma coisa tão inexplicável, mas tão inexplicável, que não se sabe de onde vem, quando começa, quando acaba, se acaba, se começa...
É algo tão vago, que você só sabe se ama, quando todo mundo em volta já notou.
Há quem diga que o amor não existe...
Não sei se tolos são os que crêem, ou os que não crêem... Ser feliz é o que importa, no fim das contas!

sábado, 20 de agosto de 2011

Ser ou não ser?

Eu normalmente me pego observando as pessoas e o que mais me chama a atenção é a facilidade que elas têm em julgar as outras. Gastam horas durante o dia julgando e tentando resolver os problemas alheios.
Ora, mas o que faço eu aqui, se não julgá-las?
A diferença? Eu assumo...
O meu mundo e a minha vida giram em torno de mim, claro, assim como o de todos. A sutil diferença é que eu admito isso. Não poso de boa moça, não uso máscaras e capas para camuflar e esconder meus reais pensamentos e sentimentos. Quando faço algo por alguém, é porque eu quero fazer, não porque me sinto obrigada... Não me considero certa ou errada. Posso até me considerar, mas jamais tentarei convencer qualquer pessoa disso. A minha opinião é minha e a sua é sua.
Eu vejo pelo mundo os jovens de hoje em dia. Tão preocupados com o que vestir, o que comer, onde ir... ninguém se preocupa de fato com o que ser.
Ser é um status involuntário do ser humano e ninguém ao menos se preocupa com o que ser de verdade.
É algo muito mais do que parecer ser. Ser você mesmo, expôr isso... Deixar-se livre para ser qem você é, sem ao menos notar quem se importa com isso ou não. Os jovens...
Levam ao pé da letra algo tão abstrato como a pergunta: "quem é você?"
Não olham para dentro de si para responder... eles não! Eles olham ao redor, e respondem logo: "Sou o Fulano, filho do Cicrano!" ou "Sou o menino que mora naquele prédio ali da esquina"
Não é vago demais isso? Quantas pessoas se chamam Fulano ou Cicrano? Quanto pessoas moram num prédio na esquina?
Quem é você, afinal?
Tem uma tirada do Renato Russo muito interessante na música "Teatro dos Vampiros", que diz assim:
"acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto..."
E é assim mesmo que me sinto. E acho que no fim todos devem ser assim, no mais íntimo do pensamento. Não sabemos quem somos na verdade. Sabemos do que não gostamos... Ás vezes fingimos que não para agradar aos outros. E desde quando agradar aos outros é ser você mesmo?
Não importa o quanto queiramos e tentemos, nunca agradaremos a todo mundo. Nem Jesus Cristo conseguiu, quem seríamos nós para almejar tal façanha?

O que para muitos é amor, eu chamo de desespero.
O que para muitos é saudade, eu chamo de carência.
O que para muitos é felicidade, eu chamo de solidão.
O que para muitos é sonho, eu chamo de possibilidade.
O que para muitos é paz, eu chamo de comodidade.
O que para muitos é normal, eu chamo de traição.
O que para muitos é traição, eu chamo de covardia.
O que para muitos é certeza, eu chamo de mentira.
O que para mim é verdade, é o que eu sei... E isso é nada, mas é um nada que muito me basta.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

auto-conhecimento?

E quando eu acho que me conheço, mais me perco em mim mesma...
Quanto mais o tempo passa, mais eu vejo quão em vão são nossas tentativas de nos entender.
Somos seres em construção, a cada dia uma nova peça é encaixada em nosso quebra-cabeças da vida.
Clichês à parte, a realidade é que nada é real e absolutamente verdadeiro...
Sua verdade da vida, pode mudar constantemente, assim como a minha, e de todos os que conheço.
Imagine uma árvore. Também é um ser vivo, dotado do ar que só a vida proporciona.
Agora imagine-se uma árvore. Sabe-se que árvores não têm intelecto, logo, não pensam, não sonham... Não podem se quer mudar.
Mudar para que, afinal? Não gostamos de mudar, normalmente. Normalmente nos acomodamos naquilo que queremos e esperamos ser... Nossa ideia de indivíduo é imutável...
Nos percebemos como atores no nosso meio somente quando é conveniente. Na maior parte do tempo, somos meros expectadores da vida. Não levantamos nossas vozes e gritamos contra a corrupção.
Tentar entender-se é um esforço em vão... Não dá, somos seres pensantes... nossas mentes viajam mais do que podemos acompanhar conscientemente...
Esperamos mudar, ou não... O fato é que mudar é inevitável, isso é uma verdade absoluta...
Absoluta nem tanto, já que nenhuma verdade é absoluta... A razão abre as portas da mente...
Quem não se contenta em ser massa de manobra, utiliza a razão.
Enfim, no meio desses pensamentos soltos sobre os quais me debruço, sem entender bem se fazem sentido ou não, o máximo que vislumbro constatar é que a mudança é fundamental...
Segundo Immanuel Kant, a razão é a luz... logo, quem se permite pensar racionalmente, não se deixa levar pelo coletivo sem critério...

domingo, 7 de agosto de 2011

O que seria morrer de fome?

Todos os dias, milhares de pessoas morrem de fome pelo mundo...
Todos os dias, dezenas de milhares de pais de família ficam desempregados pelo mundo...
Todos os dias, a pobreza cresce, o desemprego também... As doenças se alastram, os pobres empobrecem mais, os ricos enriquecem mais...
O aquecimento global só faz crescer, as crianças começam a se drogar cada vez mais cedo...
A televisão só faz aumentar a desigualdade, o desespero dos que não tem, e a ganância dos que podem ter...
Tudo bem, tudo bem... agora paremos pra pensar:
Quantas vezes você já se perguntou o que pode fazer pelo mundo?
Qual a sua relação com a vida? Quem de fato importa pra você?
Essas história de aquecimento global, de crescimento da pobreza, e todo o blá blá blá é muito bonito na teoria...
A cada dia surgem mais de 300 ONGs pra tratar desses assuntos... Mas e você? 
Assiste A Fazenda, o Big Brother, a novela das 21h... Tudo isso?
E então qual a sua relação com os problemas do mundo, mesmo?
As pessoas se alienam dos problemas de verdade, e passam a se preocupar com problemas que a mídia impõe...
Datena mostra chacinas, matança de idosos, roubo de crianças, abandono de bebês... Tudo bem que isso é a realidade etc, mas ver e se indignar com isso melhora em que?
A utilidade desses programas, na minha concepção é aumentar ainda mais a incidência desses crimes... Quanto mais a população fica amedrontada, menos vai ter tempo de se importar com o que de fato é relevante...
Convenhamos que a mídia e todos os avançoes tecnológicos, remetem a sociedade a era dos descartáveis...
Pessoas descartáveis, celulares descartáveis, casas descartáveis...
Empurram quilos e quilos de roupas novas, jóias e mais jóias, carros superluxuosos... Tudo isso pra que?
Quem é mais feliz é quem tem mais... As melhores escolas são pra quem pode pagar mais. Óbvio?
Isso é a nossa sociedade... O pobre não tem vez, e já nasce sabendo disso...
Nas favelas, as crianças crescem com aquela ideia e certeza de que não sairão dali... Que serão pobres e servirão aos filhos das patroas de suas mães... Sonhando em ser porteiros, ou garis... A questão não é menosprezar essas profissões, longe disso... É apenas comparar os sonhos de uma criança da favela, com os sonhos de uma criança de classe média...
São todas crianças, queira a sociedade admitir ou não...
Não faço discurso anti-capitalista, muito menos...
Trabalhar com as crianças que eu trabalho, abre a mente de qualquer um que tenha o mínimo de sensibilidade. São crianças maravilhosas, escravizadas pela incerteza do futuro... Amedrontadas pela bandidagem, coagidas pela polícia...
As que tem família presente nas vidas, a gente percebe de cara... Vale lembrar que somando toda a escola, 4 ou 5 se encaixam nesse perfil.
Pais ausentes, pais presentes... Não faz diferença a classe social. A questão está na criação deles, e na criação de oportunidades. De que adianta ter dinheiro e não dar amor ao filho? Existe isso, e muito por aí...
Mas ainda pior, é não ter dinheiro, não dar amor, não dar carinho, e ainda por cima, fazê-lo acreditar que não é ninguém... Já vi muito isso, e a cada dia a minha luta é contra essa certeza incerta que essas crianças tem...
Se eu conseguir fazê-los acreditar que PODEM ser o que QUISEREM, já fico satisfeita...
O dia em que eu não acreditar mais na educação como certeza de um futuro, não só no nosso país, mas em todo o mundo, eu mudo de profissão. Enquanto isso, amo o que faço e faço porque amo.
Espero nunca deixar de acreditar nisso.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Você acha que está isento?

Tem gente que gasta tempo demais reclamando... Que o país está assim, que que o mundo está assado, que a política é suja, que o desmatamento vai acabar com o planeta...
tudo balela, na minha opinião. Quem de fato se preocupa, pouco se queixa... Quem de fato se importa, faz os questionamentos internamente. Não reclama com Deus e o mundo, muito menos procura uma forma de se livrar da responsabilidade.
O cara que joga um papel de bala no chão, tá contribuindo com o boeiro entupido, ou será que não?
A mulher que comprou um batom caríssimo, provavelmente está compactuando com as fábricas que fazem testes em animais.
O pai que matricula o filho numa escola caríssima, e não se levanta na luta pela educação pública, é um outro grande contribuidor da pobreza.
De uma forma ou de outra, todos nós estamos envolvidos nisso...
Não adianta fazer o discurso de que "não é problema meu, a culpa é dos políticos" , que não cola mais!
Não estou dizendo que o capitalismo isso e o socialismo aquilo, não... Não se trata disso, se trata de fugir de responsabilidade.
Não acho que o ser humano é sujo e corrupto por natureza, tampouco acho que devemos abrir mão do conforto em busca do bem supremo na humanidade...
Não se trata disso. Minha crítica está na própria crítica... Se queixar de tudo e todos, se colocar numa posição de vítima perante o planeta, não resolve nada.
Lamentar que Deus não faz isso, ou aquilo, resolve muito menos...
O que deve ser feito, então?
Sua parte, somente... Já seria o bastante.
Na atual conjuntura, fazer sua parte pelo mundo, pode até mesmo se resumir a não reclamar.
As lamentações levam a um abismo profundo na alma. Quem se lamenta de tudo, não tem forçar para buscar soluções para os próprios problemas...
Não espero que viremos todos Madres Terezas, ou sejamos beatificados. Espero sim, que um dia, todos possam reconhecer como sujeitos atuantes na sociedade.
Em que consiste fazer sua parte, afinal?
Eu não sei bem, aliás, estou tentando descobrir qual é a minha... Acho que cabe a cada um saber da sua.
Acho que não se colocar como centro do universo, ajuda bastante. Enxergar que há um mundo a sua volta, pode ser a maneira mais eficaz de fazer alguma coisa por esse mesmo mundo.