segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Tempo do tempo

O tempo demora a passar
Quando vamos ver já acabou o ano
Tão depressa a vida passa
Mas o tempo é lento e corrói tudo
O tempo constrói tudo
Apaga as pegadas na areia da minha ampulheta

Eu busco algo que sei exatamente onde está
Apenas não admiti antes por ser demasiado vaidosa
E hoje eu acho que sou menos egoísta
Busco ser mais a cada dia
E para ser mais esvazio-me de muito

Um mês, um ano, um minuto
São medidas imprecisas
Quem precisa delas?
Eu preciso...

Acho que sei tantas coisas
Que já estou pensando em parar
Parar de saber, de procurar saber
Nem tudo se entende
É melhor assim, estou aprendendo isso
Eu acho que estou
Eu quero estar

Eu acredito que o tempo não cura tudo
O tempo não cura nada
Ele te ajudar com suas cicatrizes
Mas você quem as cura

Pois veja: para mim passou-se tanto tempo
Que eu ainda não esqueci
Passou-se tempo o suficiente para não me permitir esquecer
E agora o que me resta é apenas buscar
Incansavelmente pelo que preciso
Eu sei do que preciso
Mas o que me incomoda é a minha vaidade
Que me nega tantas coisas
Que já nem sei mais se a quero tão bem assim

Quero ser feliz
Sei onde posso ser, com quem posso ser, quando posso ser
E o excesso de vaidade hoje me parece tão absurdo
Que já não o quero mais
Quero é ser mais eu, ser menos mundo
Mas acima de tudo, quero ser livre do meu lado que me prende tanto a mim

sábado, 22 de outubro de 2011

Basta!

Por dias e dias eu busquei alguém
Algum lugar pra chegar
Por fim, encontrei-me comigo mesma
Estava livre, então

Pois agora, eu me bastava
Não que não precisasse de ninguém
Mas já tinha a mim
O que viesse depois disso
Seria fruto de todo amor que eu plantasse

Quem não me aceita
Não me enxerga
Não me é tão importante
Eu busco cada vez mais ser para mim
Sendo para mim
Sou mais para os outros

Quando eu busco ser mais minha
Eu consigo ser mais amor
Se eu amo a mim
Amo a minha vida
E tudo que faz parte dela
Seja da maneira que for

Assim eu sou mais eu
Eu sou mais mundo
Eu tenho mais força
Eu sei o que fazer 
Para acrescentar no mundo algo positivo

A minha futilidade
Hoje é utilidade
Eu busquei ser mais
Cada vez mais sou mais
E isso, já basta


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Medo

Não tenho medo
Eu tenho um escudo nas mãos
O mundo não me aborrece
Sei de tudo que eu queria sentir
Mas não entendo o que busco pensar

Já chorei de amor, de ódio
Senti o cheiro da chuva, e chorei
Senti o frio da noite, e lembrei

Ando com um escudo nas minhas mãos
Faço parte do meu mundo
De maneira distante
E distante a vida vai
Acompanha os sentidos

E eu, não tenho medo de nada
Só de tudo o que me assusta
Tenho sede de força e de justiça
Tenho amor pelo que quer que seja

Meu maior pesar
É entender no que eu preciso pensar
Meu escudo e meus sentimentos
Me defendem de mim
E eu defendo o meu mundo do que não for amor

Busco entender tudo que for pensamento
Sei descrever como me sinto
Mas mal sei o que sinto
Sou uma pessoa errante e equivocada
Mas sempre sou certa em tudo que sei
Eu busco uma verdade que eu sei que não existe

Encaro a vida com ar de quem acompanha os sentidos
Respiro vida procurando inspirar paz
E eu não tenho medo de nada
Jamais tenho medo da vida
E ainda assim, eu morro de medo de tudo que não for amor