domingo, 26 de junho de 2011

mas, você vai ser professora?

Siiiim... Aliás, com muuito orgulho.
O que as pessoas não conseguem entender, é a importância disso... Ser professor é ganhar pouco, trabalhar muito, aturar alunos chatos, acordar cedo, dormir tarde, corrigir provas, elaborar provas. Realmente é muito chato.
Por que não vai ser advogada então?!  Eu bem que tentei...
É, eu larguei o Direito... Graças à Deus eu larguei o Direito... Nada contra advogados, mas hoje em dia fazer Direito é tão demodèe.
Ouvi muitas frases como: "Fazendo Direito você nunca vai estar sem emprego.", ou "Advogados têm futuros brilhantes.", ou ainda "Imagina você juíza, ganhando 20mil por mês!"
Gente, o que tem isso de tão importante? É o dinheiro? Será que é por isso que as pessoas vivem mesmo? Não consigo me conformar... Eu estou fazendo direito, afinal faço História muito bem feito! Assisto às aulas, faço os trabalhos, faço as provas, estudo. Vai dizer que isso não é fazer direito?
Ser promotor público realmente tem suas vantagens, mas cá entre nós, fazer o que se gosta é muito melhor.
Todo advogado precisa se formar, certo? Para se formar você precisa de aulas, e ter aulas implica em ter professores... Logo, o professor está para o advogado, assim como o juíz está para a audiência, não?!
Fazer o que se ama, é fundamental... de que adianta lutar para ter dinheiro somente? Realização material é importante, mas não é nada sem a realização profissional. Sempre fica faltando alguma coisa.
Quando alguém me pergunta o que eu faço da vida, a vontade que tenho é de responder que eu estou mudando o mundo, mas as pessoas certamente me chamariam de sonhadora, ou diriam que eu estou vivendo uma utopia. Bem, eu então respondo que sou professora. A reação é imediata: "Professora?! Uma pessoa tão inteligente como você! Por que quer ganhar mal e se matar de trabalhar?". O que as pessoas de fato não entendem, é que eu não busco somente o lucro... A nossa sociedade capitalista está voltada para o lucro, certo? Isso é um fato incontestável, e o capitalismo hoje é o sistema de governo regente que tem dado certo de certa forma (não me julguem, aposto que todos aqui prezam seus bens materiais). Logo, nesse sistema capitalista onde gerar lucros é que "importa", nós tendemos a virar robôs, que produzem e gastam, sempre de acordo com o que pregam as tendências.
Partindo desse princípio, vamos pensar a questão da escolha de profissão.
Quando prestamos o bendito do vestibular (yes, eu odeio vestibular!), temos que escolher que profissão seguir.
Os cursos preparatórios para vestibular são uma coisa curiosa, diga-se de passagem. Preparam você pra uma prova de mais ou menos 3hs de duração. Você fica 15 anos estudando, faz a prova, passa, ou não passa, se não passa começa tudo de novo... Gente, como assim?! O que de fato é isso?! Não somos máquinas, muito embora pareçamos. Somos seres humanos mesmo, temos sentimentos (ou deveríamos ter). Devemos fazer coisas pelo prazer de fazer, não pelo dinheiro que aquilo vai gerar.
Não estou dizendo que devemos viver de paixão, etc... Só não acredito que devamos viver como máquinas, fazer tudo automaticamente, vestir o mesmo que os outros, comprar algo só porque outros têm. Não devemos escolher o que ser pro resto da vida, porque todos estão sendo.
Tudo bem que ter dinheiro é importante, ter uma vida estável e tudo mais, é importante. Mas quando você faz o que gosta, você faz muito melhor, e isso te abre portas, de verdade. Se dedicarao que faz e gostar disso é fundamental. O dinheiro é consequência mesmo. Falo por experiência própria, fazendo o que não gostamos não nos dedicamos, consequentemente o retorno financeiro não vem.
Libertar-se dos paradigmas e da necessidade de aceitação social, abre portas. A nossa vida profissional, deve corresponder à um apelo interno... Deve ser resultado de uma paixão mesmo, de um anseio que pertence a cada um. O material é consequência, e lógico, fruto de muito trabalho.

terça-feira, 21 de junho de 2011

o que significa estar sozinho, afinal

É estar no meio de uma multidão e sentir falta de só uma pessoa.
Será mesmo?
Eu vou além... Estar sozinho é estar em meio a uma multidão e não perceber que ainda tem a si próprio. É buscar sua felicidade fora de você mesmo, e entregar a responsabilidade sobre ela a terceiros.
Não se perceber enquanto companhia, é a maior prova de que não terá companhia nem tão cedo. Quem acha que relacionamentos fazem uma vida se engana. Podem preencher vazios, completar manhãs de domingo ensolaradas... Mas jamais coloque um envolvimento com outra pessoa no o centro da sua vida. Em primeiro lugar vem você, segundo: você e em terceiro: você. Nunca deixe que tentem te provar o contrário. Não é egoísmo, e sim amor próprio. Ninguém faz ninguém feliz se não estiver consciente de que a felicidade é pessoal e intransferível. Ser feliz não é ser co-dependente.
Quando alguma coisa está mais ou menos, as pessoas tem mania de achar que está bom por não estar ruim. As coisas não devem funcionar assim. Se está mais ou menos, por que não pode estar bom? Não é esperar perfeição. E apenas não se contentar com o que tem se não é o suficiente para você.
Não sei não, mas acho que vivo buscando coisas demais...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

eu só estava pensando um pouco...

Mesmo não fazendo sentido para nós, às vezes as coisa mudam... e mudam mesmo.
O ponto é: até que ponto nós mudamos as coisas?
Pode não ser fácil nem nada, mas quem disse que ia ser?
O mundo não vem com manual de instruções. Bom seria se viesse...
A mãe nem sempre é perfeita, o café nem sempre está quente, a escrivaninha está quase sempre bagunçada...
E daí? Quem espera pela perfeição provavelmente não encontrará nem metade dela.
O telefonema ou o beijo que não foram dados, não foram e pronto...
Aquele corte de cabelo que você não gostou, já faz parte do passado. Provavelmente você cortará de novo da mesma maneira, pensando: "Não lembro de ter ficado tão ruim".
Ás vezes vale a pena se perguntar que tipo de vida você espera, para que a vida te responda que tipo de vida ela pode ser.
Não há maneiras eficazes de viver, há apenas o viver, como algo concreto. Aguardar sua felicidade não é viver. É só aguardar mesmo.
Viver por viver, cansa... e muito.
Alguém é feliz sempre?
Se você conhecer essa pessoa, nunca peça a ela a receita de tanta felicidade. O sofrimento pode trazer amadurecimento, e amadurecimento traz força... força que servirá para que viva, e não apenas sobreviva.
Uma sobrevida qualquer um pode ter, e cá entre nós, quem quer ser qualquer um?
Somos nós mesmos, únicos e singulares. E isso não muda...
Aceitar isso já é um bom começo.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

um breve comentário sobre Lacoste

Yves Lacoste, em seu livro "A geografia - isto serve em primeiro lugar para fazer a guerra", diz que a geografia ensinada nas escolas é "desinteressada". Bem, sobre isso axo impotrante ressaltar que isso é uma herança altamente positivista e cumpre um papel demasiado limitado. É uma espécie de discurso ideológico, sem senso crítico pertinente. Não busca a transmissão de um conhecimento denso. Diferente da Geografia do Estado, a que é ensinada nas escolas limita o aluno a aprender acerca de relevos, tipos de solo, pluviosidade, dentre outros, negando a inserção social nesse meio. É como se a ação social pertencente aos espaços fosse irrelevante. Seria a única disciplina que os alunos não empregariam em seu cotidiano, levando-os assim ao desinteresse. Enquanto na verdade, o que de fato importa - relação do homem com o ambiente e as relativizações acerca de conceitos como "espaço absoluto" - é inserido no contexto escolar tardiamente. Muito embora caiba ressaltar, que a própria Geografia como disciplina, toma lugar no espaço escolar no século XIX com enfoque simplista, sem a evocação de temas pertinentes ao que consiste a Geografia de fato, aquela mesma de Estado...

terça-feira, 14 de junho de 2011

Sobre o Egito Antigo e o hoje...

Muitos acreditam que o surgimento do Estado no contexto egípcio, se deu à partir da necessidade de uma organização e controle da irrigação da agricultura dessas regiões. Embora essa teoria - chamada Hipótese Causal Hidráulica - seja bastante convincente, é importante observarmos que, o controle da irrigação era feito por organizações locais, bem antes do surgimento do Estado egípcio efetivamente. Há documentos históricos legítimos, muito anteriores a formação e consolidação do poder estar concentrado nas mãos do Faraó.
Bem, deixando de lado essas considerações, ainda sobre o Egito é interessante uma discussão acerca da crença. Enquanto sociedade politeísta, os egípcios viam em seu faraó um deus. Para eles, sem o faraó não poderia haver paz no mundo. O povo não era escravo do faraó, muito menos servo - como nos feudos, por exemplo. O povo servia ao faraó sim, porém tudo que era produzido no campesinato, retornava ao campesinato. O faraó era dotado de prestígio e força política, pois era ele quem controlava e redistribuía a produção. 
Os egípcios acreditavam que o faraó havia surgido juntamente com todo o restante do universo, logo não poderia haver harmonia no universo sem um faraó. Seria um verdadeiro caos nesse contexto. Com isso podemos entender um pouco mais dessa cultura, onde o povo servia, porém era recompensado de alguma maneira. Se a colheita fosse ruim em alguns anos, o faraó proveria o sustento, pois havia guardado o suficiente para suprir as necessidades quando solicitado.
Levando em consideração que se trata de um contexto social milhares de anos atrás, podemos refletir se de fato somos civilizados... 
Pessoas hoje se matam de trabalhar, para terem carros do ano, celulares que fazem de tudo, casas com 50 cômodos, e não sabem nem explicar o porque de quererem isso tudo. Não estou dizendo que o Egito Antigo era mais ou menos civilizado do que o mundo globalizado de hoje. Só acho que devemos discutir e ponderar, sobre o que de fato é importante. Os valores sociais hoje, de uma maneira geral, incentivam à pobreza e a superioridade de uma classe sobre a outra. Superioridade essa muito mais superficial do que real. O que as pessoas esquecem, é que no fim todos se vão, da mesma maneira. Não levam nem as roupas que ficam no corpo, ao contrário do que acreditavam os egípcios da antiguidade.